sexta-feira, 19 de maio de 2017

Nós, Tugas

Nasci em 1996, Portugal entrava na CEE e entrava também numa crise não muito engraçada… Apresentaram-me um país fraquinho sem grande margem de progressão. Cada vez se contava mais todos os tostãozinhos…

Até que cheguei à idade adulta e o que acontece? Tive a sorte de ver muita coisa (também algumas que me revoltam) que nenhum dos meus antepassados sem serem os meus avós e os meus pais viram.

Consegui ver o Sport Lisboa e Benfica ser Tetra-campeão pela primeira vez na sua história, vi o representante do Nosso país ganhar o primeiro Festival da Canção Eurovisão, e vi também a Nossa Seleção Nacional a ganhar uma competição internacional. Provavelmente a última pessoa que tinha tido estas alegrias foi um avô meu quando começou a fazer a colonização nas naus lusitanas.

Nasci também numa época em que uma certo primeiro-ministro cavaquista ou de um socratista ou também de um santanás enterraram o país nas suas dívidas. É de saber também que tivemos uma tal de ministra esteviana que se reformou aos 42 anos após 9 anos a exercer a função de juíza conselheira e ganha de reforma 7.000 euros, o que no nosso país é algo muito ligeiro visto que a minha avó ganha 200 euros de reforma e tem problemas no sangue e precisa de medicamentos e essas porcarias todas que não custam dinheiro nenhum e como 200 é mais que 7000 eu compreendo o porquê disto acontecer. Mas como acontece com a minha avó acontece com milhares ou milhões de pessoas no nosso país. E nem quero falar dos políticos renovarem a sua frota automóvel de 4 em 4 anos com o Nosso dinheiro do Nosso trabalho e dos nossos descontos.

Qual é a geração que tem que mudar este pensamento e o estado deste país? A Nossa da malta a partir de 1990, esta malta original, criativa, inovadora! Esta malta que não fica contente só pelo «ta bom assim», pelo «ah basta ficar assim»; Na minha geração nós pensamo: «temos que ser os melhores!», «se ninguém fazer, não vai acontecer».

No Festival da Canção o nosso país apresentou um indivíduo ligeiramente «queimado» da cabeça com uns mooves estranhos e alguns ataques de nervos, e foi criticado e gozado por todos no seu país. Motivo de risadas e piadas foi Salvador Sobral, que sofreu de um problema de coração e acabou por ganhar o coração de todos nós, e assim se provou que nós, tugas, costumamos julgar muito pela aparência e, como provado acabamos por ser grandes pelo que gozávamos.

Na seleção nacional também não acreditávamos nela, era uma equipa relativamente jovem, sem experiência a jogar em conjunto em competições europeias. Mas… E que tal, só assim para variar, sermos campeões de alguma coisa? Não sermos sempre perdedores e ficarmos pelo «quase»? e foi exatamente isso que João Mário e companhia fizeram, a geração de 90.

Pensem bem se será um país de perdedores que os vossos avôs conquistaram? Ou foi um país de grandes guerreiros que lutam por ver o seu nome escrito na História?